sábado, 29 de agosto de 2009

Trabalho, trabalho, mas um almoço e tanto!!!

Trabalho aos sábados pela manhã, dou aulas para uma turma de iniciantes de inglês na universidade. A única coisa que me faz levantar com prazer é saber que vou me encontrar com pessoas que valem a pena. Não é nada fácil trabalhar a semana toda e levantar cedo no sábado (alguns levantam às 6h para poder estar na universidade às 9h!!!) para ter aulas. Cada vez que penso em preguiça, penso nos sonhos dos meus alunos, na esperança deles, na força de vontade de sair do lugar. As aulas da gente são sempre divertidas, procuro trazer música, faço brincadeira com eles, e desta forma não somente eles ganham, eu também ganho, minha energia se transforma, parece que meu dia fica mais feliz. Sempre quis ser professora. Quando eu era menina e adolecente, costumávamos dizer que o curso de Letras era curso de espera-marido. Que coisa mais tonta de se dizer, já naquela época não dava mais para viver com um salário apenas, a não ser que a pessoa já tivesse dinheiro ou propriedades. Além disso, essa "brincadeira" custou-me muitos anos de vida acadêmica. Certa de que o curso de Letras não era para mim, fiz Ciências da Computação, nos anos 70. Estouro, a profissão do futuro. Eu segui até o fim a trancos e barrancos e enquanto fazia as matérias dava aulas de inglês e jogava vôlei e handball na universidade. Participava da Atlética, não perdia uma festa no DCE, cantava nas serenatas noturnas (delícia!!) dos anos 70. Levei um monte de tempo para me formar e, formada, guardei o diploma na gaveta. Até os anos 90 fui professora de inglês sem formação. Bem, amanhã conto mais. Aliás, preciso contar sobre o maravilhoso camarão no aipim e coalhada que fiz para o almoço.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

O primeiro dia de aula



A emoção da primeira aula. Olhei para o rapaz lá na frente, com um sotaque diferente do meu, ele é italiano. Bem vestido, educado e interessante, não faz rodeios, fala com tranquilidade sobre sua trajetória e explica o que pretende com seu curso. Eu não sabia bem o que encontrar nesse curso de doutorado, onde estou com aluna especial ainda. Me interessa fazer com que minha prática de tradução fique cada vez mais reflexiva. Aprimorar meu trabalho sempre foi um desejo meu, e gosto muito de trabalhar com tradução. Evoluir, aliás, é uma palavra interessante. Para mim, evoluir tem cheiro de aprender, aprender a ser melhor, aprender coisas novas, novas palavras e novas atitudes. Talvez por isso eu tenha gostado tanto da primeira aula, o professor deu um texto sobre os paradigmas da ciência. Claro que já transfiro para minha vida, minha prática docente, minha convivência com as pessoas. Mudar paradigmas é um processo lento, cheio de complicadores, e eu gosto muito de enfrentar desafios. Este curso, assim como todos os cursos para mim são desafios. Sou dispersa e não consigo memorizar muita coisa. Sou inquieta e envergonhada, apesar de aparentemente extrovertida e segura. Engano bem, essa é a verdade. Sou super insegura e me sinto super frágil ao olhar dos outros. Por isso visto a capa da superwoman e tento fazer de tudo um pouco. Mas adoro enfrentar desafios, e claro, de preferência vencê-los. Ainda tenho muita coisa pela frente, tenho uma porção de desafios, todos os dias.

domingo, 23 de agosto de 2009

Conversas com Lola


Lendo o blog de Lola, vi a descrição bárbara que faz do Dragão do Mar, em Fortaleza, e suas imediações. Tive a oportunidade de visitar o lugar, embora não tenha podido aproveitar as atividades culturais pelo pouco tempo. Mas a vantagem de ficar hospedada na mesma rua do "Dragão" me permitiu umas incursões por ali. O lugar é um reduto de casario antigo, restaurado e muito bonito, com restaurantes a preços convidativos e comidas maravilhosas. Eu, que sou uma glutona de carteirinha, a quem os dicionários costumam denominar uma gourmet/gourmand (no bom sentido....hehehehe), provei de tudo um pouco: a carne de sol, tenra e com leve sabor de manteiga, a macaxeira que desmancha na boca, a paçoca, o baião de dois; provei também a patinha de caranguejo, mas tenho uma crítica a fazer: os restaurantes costumam empanar as comidas com uma massa grossa de farinha que esconde o sabor da iguaria e estraga o prato. Já que se mata o bichinho, ao menos que se possa sentir o gosto. Desculpem-me os amigos e amigas vegetarianos. Aqui em Florianópolis também servem-se casquinhas de siri que são mais farinha que siri, tornando o prato pesado e sem graça.
Isis, uma nova amiga, companheira de concurso, me contou sobre um famoso chopp de vinho que só é servido ali perto do Dragão do Mar. Lá fomos nós para comprovar e realmente é uma delícia. No dia seguinte Cintia e eu fomos lá e tomamos mais alguns!! Mas me chocou demais o número grande de pessoas que me recomendaram cuidado em relação à violência na cidade e nas praias. Não sei se tenho cara de estrangeira, mas até na rua me avisavem que ficasse atenta, que não caminhasse - mesmo nas imediações do Dragão do Mar - que não caminhasse pela rua do comércio depois das 18h, que não fosse caminhar na orla antes das 8h e depois das 18h, enfim...mas vi muita gente caminhando, muitas famílias. Talvez seja minha aparência...mas me deu um desconforto me sentir tão vulnerável. Sei que há violência em todos os lugares, mas sempre me choco com isso. Fiquei chocada ao ler no jornal em Florianópolis sobre o assassinato, a tiros, de uma comerciante em Ponta das Canas. A família tinha vindo viver aqui para ter sossego e segurança...