domingo, 25 de outubro de 2009

Famíla reunida 2

Ufa, será que uma hora a pilha acaba e temos um tempo para recarregar a nossa? As crianças brincaram, brincaram, brincaram. Em dia de sol (o tempo não está ainda firme nem quente o suficiente) a gente vai até uma praia mais protegida e eles correm e brincam e choram e comem batatas fritas e isca de peixe pensando que é isca de frango. Hehehe, será que um dia eles saberão? Vários dias numa festa só, bolas, brinquedos diversos, lápis de cor, papel, discovery kids e DVDs, Shark Boy e Lava Girl, Coca-cola, MacFeliz. Playland no Shopping em dia de chuva. A gente nem sente o tempo passar. No supermercado, aquele mico: eles correm por todos os lados, se batem, eu vejo as pessoas conversando com eles, tentando que se levantem do chão...Eu vejo eles correndo pelo meio das prateleiras e me pergunto: o anjo está segurando as latas, os vidros? Parece que sim. Agora um de fralda, o outro abraçado à mãe, dormem. Eu me lembro do dia e respiro tranquila, ainda bem que há as noites para a gente se recuperar!

sábado, 17 de outubro de 2009

Família reunida

É uma delícia quando Cintia fica um tempo aqui comigo. A gente faz uma porção de pequenas grandes coisas, como fazer umas comidas diferentes, fazer planos para o futuro, sair para passear juntas, entre outras tantas coisas que se faz com quem se ama. Desta vez ela veio com os dois pequenos, um de cinco e o outro de seis anos. Quem tem filhos, sobrinhos ou filhos de amigos sabe bem o que é isso. Só relatando algumas aventuras: o pequeno chegou de São Paulo com um começo de crise de bronquite, então corremos ao posto de saúde para providenciar a medicação correta. Nessa noite ele dormiu conosco, pois ficamos com medo de ele piorar. No dia seguinte choveu o dia todo, nao deu para sair de casa, e à noite ninguém dormia. DVD, tevê a cabo, lápis de cor, giz de cera, livrinho para colorir, não havia o que desse conta. Ainda bem que na terça uma brecha permitiu uma ida à praia, aí estivemos em Sambaqui, onde estava mais quentinho, e eles puderam brincar no mar! Que farra! Foi bem gostoso. Na quarta-feira eles foram conosco à universidade, eu ia apresentar um filme para os alunos. No início todo o mundo ficou quietinho, sentadinho, mas depois de uns 10 minutos...entra e sai, sai e entra da sala, até quase o final do filme. Depois da aula fomos passear no Parque Ecológico, eles brincaram muito. Ontem fomos ao parque ecológico novamente, brincaram, viram o jacaré, as tartarugas e os coelhinhos, mas esfriou e arriscamos uma ida ao Shopping Center. As crianças andaram naquela bola sobre a água e aproveitamos para filmar, depois comeram os previsíveis McDonald's. Chegando das aulas, à noite, demos boa noite, eles foram dormir. Hoje pela manhã saí para dar aulas e a surpresa: as quatro maçãs que estavam na fruteira estavam jogadas no quintal. Contei para Cintia e logo que cheguei em casa da aula chamei os meninos e perguntei quem tinha feito aquilo. O maior apontou o menor, que disse que era para a Coca-Cola (a cachorra....)! Gente, quando há crianças não há monotonia. E eu adoro eles.

domingo, 4 de outubro de 2009

Faxina nossa de cada dia

Puxa, detesto fazer faxina. Acho que é o trabalho mais chato deste mundo, depois do trabalho do papel higiênico (essa piada é velha). Necessário igual, porém, para mim...eu bem podia passar sem essa. Mas olho em volta e pisco os olhos espantada, será que tem algum lugar que esteja mais ou menos organizado ou limpo? Só meu banheiro, pois todos os dias lavo o banheiro durante o banho. Lavo mesmo, viu? Com água sanitária, esfrego o chão, lavo e passo o rôdo. Será que tem acento? Não sei e não vou verificar. Bem, fora meu banheiro, estava tudo sujo. Poeira, respingos, jornais velhos, aquela coisa de casa sem faxina há tempos. Não tive alternativa, dediquei o domingão ao lar! Shorts e camiseta, havaianas e uma boa dose de bom humor. Pano na cabeça eu recuso. Blues na TV sky para poder ao menos dançar enquanto limpo. Assustei o Chico com o aspirador de pó, ele detesta o aspirador tanto quanto eu detesto a faxina. Tive que brigar com ele para arrumar a cama, Chico não deixava, puxava as cobertas, entrava por baixo do edredon e sacaneava tudo. No final ele venceu, deixei meio arrumada.
Depois de tudo limpinho (claro que levei o dia todo...) tomei banho e estou aqui contando meu dia. Detesto fazer faxina, mas adoro a casa limpa. Estou me sentindo feliz, a sensação do dever cumprido para comigo mesma, hehehehehe.

Hoje é dia dos animaizinhos



Hoje é dia dos nossos queridos animaizinhos! Acho que já contei que tenho duas cachorras viras, uma e da raça Labrador, mestiça com American, preta de manchinhas brancas, meiga, pesa uns 45 quilos mais ou menos e se chama Coca-Cola. Assistiram Marley? Pois é....hiperativa, comedora de árvores e esburacadora de jardins, roedora de cadeiras e...a bichinha mais doce e carinhosa deste mundo. Os meninos sobem nela, brincam, jogam bola, ela adora. Quanto eles não estão aqui ela fica mais arteira do que nunca.
A outra cachorrinha, a Pizza, é meio vira (de estirpe, a mãe, a Anita e o pai o Dobby, Daschenhund puríssimo, da minha irmã Beleleiz). A Anita nasceu em casa, cria da Loli, uma cachorrinha que peguei na rua, em São Carlos, SP, e do Átila, valente vira-lata de pequeno porte, das vizinhanças, na cidade de São Sebastião, litoral norte de SP, onde morei por uns anos. Anita nasceu lá, caiçara. A Pizza nasceu em São Carlos, SP, e agora moramos aqui. A Coca é cria barriga-verde, peguei na minha vizinha da frente. A mãe se chama Raika, o pai eu não sei. Gosto de saber as origens de nossos viras....Minhas meninas foram castradas, além do sossego no período do cio ainda tem a vantagem de podermos adotar outros bichinhos sem lar quando os nossos se forem.
Quanto ao gatinho, o Chico, adotei de uma amiga que ia para o exterior e não tinha como levá-lo, ele era arredio, é um gato dominante e não gostava da companhia dos outros animaizinhos em casa. Para mim foi uma terapia incrível, estava numa época muito difícil de minha vida, na virada da menopausa, em que sofri um abalo horrível depressivo, tive problemas sérios de comportamento, de manias, enfim, nada que um bom remedinho e a terapia não curassem. Passados estes anos, vejo o Chico caminhando pela casa como dono dela, e agradeço a presença desse gatinho naqueles momentos terríveis. Mas tem um pormenor, ele não aguenta as cachorras, morre de ciúme. Também não suporta as crianças e a Cintia, tudo por ciúme, e quando eles estão aqui ele só entra escondido para comer e depois se refugia, quentinho e magoado, no quarto do meu filho André. Como Cintia não está aqui hoje, adivinhem onde ele está? Claro que no meio da minha cama, sobre os edredons! E ele sabe quando eles vão embora, é só eu voltar do aeroporto, entrar em casa, e ele vem atrás, sobe na mesa e me olha com um olhar penetrante. Se tento pegá-lo, ele foge. Demora uns dois dias até voltar a dormir na minha cama...Esses bichos...são gente!

sábado, 3 de outubro de 2009

O repolho roxo

Depois eu conto se o repolho roxo funcionou, ou se continuo com gastrite....huahuahuahau

Almoço aos sábados

Os almoços aos sábados estão se transformando numa grande fonte de prazer para mim. Primeiro porque estou dando aulas aos sábados pela manhã, e ao sair, ao meio dia, estou varada de fome. Segundo, porque no trajeto do continente para a ilha eu venho caraminholando o que cozinhar, já que passo bem em frente ao mercadão, onde posso comprar as coisas mais deliciosas que um ser humano tenha notícia: tainha, anchova, salmão, cação mangona, camarões de todos os tamanhos, linguado, carne de siri, mariscos, e maravilhosas ostras. Também posso comprar alface, rúcula,tomates, pimentões de todas as cores, limão, cebola, alho, coentro, salsa e cebolinha e temperos diversos, para todos os gostos. Também há nozes, amêndoas, castanhas, além de azeites, açafrão da terra e açafrão italiano etc etc etc. Hoje eu passei por ali, mas estava meio dura, então fui direto ao sacolão, perto de casa, que também é maravilhoso. Um amigo meu contou que sua irmã, que é enfermeira, lhe disse que os pacientes que sofrem de hemorróidas fazem banho de assento em repolho roxo, que é um super cicatrizante...Comprei repolho roxo...eu não tenho homorróidas, mas tenho gastrite e esofagite, então pensei, se cura hemorróidas, deve curar gastrite, mas claro que não me sentei sobre o repolho roxo, cortei bem fininho para minha salada. Decidi não cozinhá-lo, pois, além de preferir salada de repolho, ninguém merece o afterwards de um repolho cozido. Afe! Bem, aproveitei e passei no supermercado em frente, onde lindas bistecas suínas me olharam...a R$6,00 o quilo. Daí que trouxe um quilo. Também comprei cerveja Antártica, ao preço de R$0,99 por latinha, achei uma pechincha, trouxe 4. Tomei uma enquanto preparava minha comida: fiz feijão preto (que cozinho na pressão só com uma folha de louro e depois de cozido adiciono uns dentes de alho e sal...adoro!), fiz arroz (esquento a água, frito levemente uns dentes de alho no azeite de oliva, coloco o arroz, misturo um pouco, ponho a água fervendo, o sal, e tampo a panela, deixando em fogo baixo - garanto o resultado delicioso). Depois temperei duas bistecas com sal de alho e limão e fritei em minha frigideira de ferro. O almoço então foi arroz e feijão, com farinha de mandioca do mercado central de Fortaleza, bisteca suína e salada de repolho com alface. A tudo isso somaram-se duas pimentas malaguetas das pequenas, de chorar de bom. No final, o cafezinho de praxe. E ainda sobraram 3 cervejas para a noite....EEEBBBAAA. Beijos!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

em volta do meu umbigo

O sol sai e parece que meu mundo abre. Tempo frio europeu me mata entre dúzias de dores e não sei o que fazer com isso, que pesa tanto. A casa fica grande demais, no minuto seguinte fica pequena demais, deixo o quarto desarrumado, a casa sem varrer, não passeio com as cachorras, bem coisa de gente depressiva. Por que levei a vida inteira negando? Acho que a negação é medo. Como pesa ser mulher, como pesa ser mãe, como pesa ser mãe lésbica, como pesa ser professora lésbica, como pesa ser professora, mulher, lésbica. A pressão social embutida em tudo pesa. Como pesa a censura das lésbicas, que é tão pesada quanto o peso da censura heterossexual, talvez até mais, pois a gente percebe que não faz parte de um grupo que se defende, mas um grupo que se vigia, igual a qualquer outro grupo social. Sair do armário e viver coerentemente é difícil, quase impossível. Consegui coisas incríveis, mas perdi muita coisa pelo mundo por tentar viver coerentemente. Dizem que não vale a pena sofrer por isso, são coisas que não servem para nós, mas sofro, sim, porque gostaria de ser igual a todo o mundo e poder viver em todos os espaços inteiramente. São pensamentos, são desejos.
Tenho coisas aprendidas com minha mãe que são muito legais, sabe. Ela tem uma generosidade bacana, se vê alguém na rua em dia de chuva, pára o carro, leva a pessoa seja lá onde for. Aprendi isso com ela, e algumas vezes faço o mesmo. Passei muito tempo sem carro e todos os dias uma colega de trabalho e eu pegávamos o mesmo ônibus, moramos perto. Quando Cintia e eu compramos o carro, eu ofereci para trazê-la; ela e mais uma aluna e mais uma amiga, todas pegavam carona comigo. Um dia a moça estava no carro sozinha e me perguntou sobre minha vida sentimental, eu contei que era noiva de uma mulher, que íamos nos casar. No dia seguinte ela me passou um torpedo agradecendo e dizendo que não podia mais pegar carona comigo, que de agora em diante o marido a buscaria no trabalho. Bem, chegando perto de casa eu a vi subindo a rua à pé. Passei por ela direto, me perguntando o que faz uma pessoa reagir assim: ou minha sexualidade mexeu com ela, ou o marido acha que lésbicas são um perigo em potencial. Engraçado, eu nunca perguntei a ela sobre sua vida sentimental...falávamos sobre receitas, churrasco, cervejinha, filhos, drogas,trabalho, coisas da vida, enfim. Por isso eu digo, pesa. Pesa muito.