terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Trilha do Matadeiro

(Os três aventureiros)
Estes dias tem sido maravilhosos. Reclamo um pouco do calor excessivo, mas é normal em dezembro, a temperatura sobe muito, chove e faz muito calor. É difícil dormir, é difícil ficar dentro de casa em qualquer período da tarde. Mas preciso contar as aventuras de uma cinquentona, afinal foi minha primeira grande aventura numa trilha, e me saí muito bem! Aqui na Ilha há muitas trilhas, algumas mais fáceis, outras mais escarpadas ou escorregadias, ou demoradas, mas essa que fizemos foi ótima! Meu filho Bruno, uma amiga, Ângela e eu saímos às 8h15 da manhã e fomos para a praia do Matadeiro, um dos caminhos para a Lagoinha do Leste. Na Lagoinha só se chega por barco ou por trilha, e a menor leva por volta de 1h30. Pegamos a mais bonita, essa do Matadeiro, que leva cerca de 3 horas quando a gente está destreinada como eu estou. Levamos duas garrafinhas de água gelada cada, e Bruno e eu levamos 6 barras de cereal. O caminho começou já um pouco íngreme, subidas em pedras, mas os caminhos bem delimitados, sem risco de nos perdermos. A primeira parte da aventura foi com tempo nublado, o que nos deixou felizes, porque assim o calor seria amenizado. Mas qual! Na metade da trilha, lá em cima, perto do céu, em pleno costão do Matadeiro, o sol saiu e começou a nos castigar. Estávamos de bermudas, camisetas, tênis com meias, e protetor solar. Eu levava uma toalhinha a tiracolo, pois a toda hora tinha que secar o rosto, que insistia em molhar meus óculos (usei óculos escuros de grau para a caminhada). Há três costões a vencer pelo meio da mata para chegar à Lagoinha. Vencido o primeiro, que era o mais arborizado, entramos no segundo, com uma subida bem íngreme, mas protegida, não há despenhadeiros. Como não havia chovido no dia anterior, o chão estava mais seco, mais fácil. Subimos, subimos, subimos. Nunca pensei em minha vida que eu subiria tanto. Sempre tive medo de altura, mas desta vez não tive medo, e algo mudou dentro de mim, com certeza. Aquelas encostas com o mar batendo nas pedras em baixo, o sol, o som do meu coração disparado, minhas pernas tremendo pelo esforço! Que experiência, que lugar! Na metade do caminho comecei a sentar algumas vezes, tomar água e molhar a toalha e passar no pescoço e na cabeça. Esperava o pulso desacelerar um pouco para continuar. A partir do meio da trilha comemos as barras de cereal aos poucos. Minha água logo chegou ao fim, mas Bruno e Ângela ainda tinham mais. Chegando ao topo do último costão vi a descida íngreme que ainda teríamos que enfrentar! Ah, mas antes, bem antes disso, tiramos uma foto da Ângela com um pedaço da sola do tênis na mão, e disse para meu filho colocar o nome na foto de “O lugar onde Ângela perdeu a sola”. No terceiro costão havia mais subida, e subimos muito. No alto, a recompensa! A vista da praia, linda praia de areias amarelas, e uma lagoa à direita, linda, um espetáculo de deixar atordoado! Bem, descemos, não tive medo, minhas pernas agüentaram e eu fiquei feliz como criança. Ao chegar à praia havia uma barraca com pescadores que estavam levando de barco as pessoas de volta às praias de origem. Isso foi ótimo, pois ao chegar na Lagoinha do Leste sofri várias câimbras, tive que pedir à Ângela que me segurasse o pé por várias vezes, pois doía muito. Eu não teria condições de voltar por uma trilha caminhando. Voltamos de barco depois de outras aventuras ainda na Lagoinha, que contarei a seguir. Foi maravilhoso, o lugar é maravilhoso, e fiquei feliz de conseguir realizar esse sonho aos 53 anos!
(à esquerda, vejam a última descida que enfrentamos!)
(aqui uma foto da Lagoinha com uma faixa de areia e o mar ao fundo! Paraíso!)

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