domingo, 29 de março de 2009

A entrega

Entregar algo escrito a alguém é uma exposição enorme. Quando escrevo aqui, estou me mostrando a qualquer pessoa que me queira ler. E não sei qual será sua aceitação, sua leitura, sua reação, e claro que sempre dá um pouco de medo. Foi o que senti quando entreguei a dissertação. A defesa será em abril, mas o alívio veio na entrega do trabalho. Inacabado ainda, sem as observações da banca. Inacabado, ainda, porque estou viva e quero sempre fazer algo diferente, e aquilo já não me basta. Plantei árvores, tive filhos, escrevi um livro e alguns artigos. Isso faz de mim alguém mais completo, mais feliz? Por incrível que pareça, a resposta é: sim. Isso me faz mais completa, mais feliz. Esse maço de folhas não é um monte de palavras, mas muitas horas de leituras, muita decepção e alegria, compreensão e incompreensão, muitas horas de andanças para cima e para baixo, muitos livros comprados, emprestados, ideias discutidas. Esse maço de folhas lê a vida de outra pessoa, de como essa pessoa fala de sua vida. Assim eu aqui, Cassandra Rios está ali.

2 comentários:

  1. Adoro ler o que você escreve, Bau! Sinto-me assim também quando escrevo no meu blog - uma exposição de mim mesma em cada linha, sem saber qual a reação das pessoas. Mas sinto uma satisfação pessoal, porque faço o blog para mim (por mais que adore saber que outros lêem meu blog e gostam do que escrevo!). Colocar no papel meus sentimentos é uma terapia.
    Sobre o inacabado, como uma amiga minha diz: entregamos um projeto não porque ele está pronto, mas porque há prazos a serem respeitados. Afinal, sempre há o que melhorar em tudo o que fazemos. Mas tenha a certeza que até esse ponto, você fez o melhor que poderia.

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  2. E aí, Bauzinho, como foi a defesa? Tenho certeza que vc arrasou! Conta aqui no blog os detalhes, vai!

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