quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Discursando sobre atitude

Enquanto muitas pessoas ainda se debatem sobre sua sexualidade e sobre sua relação com o mundo em função da sexualidade, preocupadas com estereótipos e preocupadas com o que o mundo pensa sobre elas, outra grande parcela da população simplesmente vive suas orientações, escolhas, desejos, direções, seja lá como a linguagem queira chamar e "normatizar" o que a sociedade considera o "diferente". Nada como ter atitude sem auto-preconceito ou alter-preconceito para poder sair da armadilha que a própria sociedade nos prepara. Para sermos seres socialmente aceitos, temos que nos vestir assim, nos comportar assim, gastar assim, falar assado. Aiaiai, adoro ser simplesmente eu mesma. Não preciso ficar me auto-afirmando, mas defendo minha posição se alguém me questiona, o que é bem comum. Dificilmente puxo a conversa sobre a sexualidade, mas as pessoas que me questionam depois querem dizer que eu "só" falo sobre isso. Caraca, elas perguntam e não querem resposta? Eu não vou perguntar a ninguém sobre sua sexualidade. Não me interessa, a não ser que eu esteja sexualmente interessada na figura! De resto, o que isso importa? Importa caráter, ética, honestidade, importa bom humor, atitude. Coração aberto para a vida sem barreiras nesse sentido. Barreiras éticas e de caráter sim. Barreiras sexuais ou de gênero? NÃO!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Ainda falando do meu umbigo...

Nada parece bom, engraçado, divertido ou prazeroso quando se tem problemas de depressão ou ansiedade. Não é a mesma coisa de se ter um problema passageiro, um assunto a ser resolvido, é um envolvimento cerebral, e consequentemente corporal, num túnel sem água, sem alimento, sem perspectiva de final. A dor do nada é tão grande, que engole a força de vontade, engole a racionalidade, e a gente entra em contato com nosso ser mais voraz, mais perdido, mais ID. Nada de ego, nada de superego, id total.
Mas por que algumas pessoas têm depressão ou não? Então, gente, algumas têm, outras não, assim como somos todos diferentes e ao mesmo tempo tão parecidos em tantas coisas. Muitas mulheres passam pela menopausa na boa, sem calores ou sofrimento, ou ressecamento, ou queda de bexiga. Outras sofrem de um ou outro sintoma. Outras sofrem de todos. Algumas usam hormônios, outras não, umas ficam com a pele e os cabelos secos e brancos, outras demoram bem mais. Muitas mulheres conseguem passar por esse período fazendo yoga, ginástica, ou participando de um grupo de dança e tomando chás, ou fazendo terapia e ficam ótimas. Outras fazem tudo isso e continuam enlouquecidas, com todas as descompensações e sofrimentos possíveis. E é exatamente para toda a diversidade de mulheres (falo das mulheres, porque não sou homem, estou falando do meu umbigo, já disse) que existem as terapias alternativas ou as medicações antroposóficas, alopáticas, homeopáticas, fitoterápicas, etc. Há massagens, terapias holísticas, gestalts, comportamentalistas, etc.
Eu, Bau, só consegui melhorar, me alimentar e sair do túnel sem fim com medicação. Tentei várias formas de segurar a onda, não houve jeito. Não tenho vergonha de dizer isso, surtei mesmo, e ainda surto sem medicação, e é para isso que a medicação existe, para trazer qualidade de vida, ajudar a produzir os hormônios do prazer que não se consegue mais. Isso eleva a auto-estima, traz reflexão, ajuda a gente a entender o processo. Mas a gente tem que ter humildade o suficiente para aceitar as limitações impostas por nossa máquina corporal. Quem quer estar doente? Ninguém. Mas se a doença está ali, instalada, não dá para ignorá-la. Todos sofrem junto com a gente.
Então, se vocês conseguem segurar suas ondas de ansiedade, calor, depressão, pânico, com terapias alternativas, chás, exercícios, ótimo. Mas se o sofrimento estiver insuportável, gente, nada como correr atrás do que vai te trazer paz novamente. Tenho 54 anos, puta saúde de ferro, sou animada, feliz e tomo 20mg de fluoxetina todas as manhãs, sim. E daí?

sábado, 11 de setembro de 2010

O amor (para Jan Leal)

Amor é assim mesmo, Jan...não tem forma, só conteúdo. É uma literatura sem livro, é um filme sem película, é uma peça sem palco. Amor é assim, é um infinito de sensações dentro de nós mesmas, dentro de nossas crenças, pode ser mundano ou espiritual, pode ser amor de amigo, pode ser amor de casal. O amor não se mede e não se compara. Eu te amo mais que você me ama, ou vice-versa, isso é uma falácia. Amor é um sentimento muito particular que vem de dentro de nós, que pode fazer muito bem a quem sente, mas também pode fazer mal a quem não o sabe. Saber o amor é como saber a alho, ou a um tempero gostoso. Algumas pessoas apreciam, outras não suportam, outras reconhecem a aproximação e ficam, outras fogem. Amor é o que emana da simplicidade das relações. Beijos!