sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Às taurinas

*TOURO*(de 21 de abril a 20 de maio)

O que é que brilha sem ser ouro? 
- A mulher de touro!
É a companheira perfeita
Quando levanta ou quando deita.
Mas é mulher exclusivista
Se não tem tudo faz a pista.
Depois, que dona de casa...
E à noite ainda manda brasa.
Sua virtude: a paciência
Seu dia bom: a sexta-feira
Sua cor propícia: o verde
As flores dos seus pendores: 
Rosa, flor de macieira
(Vinícius de Moraes)

Às arianas



*ÁRIES*
(de 21 de março a 20 de abril)

Branca, preta ou amarela
A ariana zela.
Tem caráter dominador
Mas pode ser convencida
E aí, então, fica uma flor: 
Cordata... E nada convencida.
Porque o seu denominador
É o amor.
(Vinícius de Moraes)

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Interessante

Se um dia eu sinto a nostalgia de coisas que não vivi, mesmo assim me sinto acarinhada pelo que vivi. E se aquele sentimento se sobrepõe a este, viro o disco e ponho o lado B para tocar. E se o lado B está arranhado, invento o lado C e canto como os pássaros.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Novo ano, nova vida, filmes e Bolão do Oscar

As férias são bons dias para descanso do corpo e da mente, e a reflexão acaba fazendo parte desse processo de relaxamento. Depois de passado o estresse do final de ano, vem a calmaria e o desejo de renovação, principalmente das atitudes. Este ano, meu foco está em organização, e meu ano começa agora, em fevereiro. Janeiro ainda é 2010 para o cérebro, que não se desliga facilmente, demora um tempo, divaga, retrocede, debate-se, recusa-se a liberar as energias do ano anterior. Mas fevereiro é outra onda. O ano inicia agora, com a compreensão do antigo e o desejo do novo eu.
Esta foi uma semana boa, com muito cinema, com boa companhia, com música, com trabalho. Cinema pesado, mas bom: A Fita Branca, O Cisne Negro, e o documentário, muito bom, Lixo Extraordinário. No final da semana, irei ver Como Esquecer. Nesse meio tempo, trabalho, e coisas legais, pessoas legais, leituras legais. Aliás, falando em leituras legais, não deixem de acessar e votar no bolão da Lola para o Oscar de melhor filme: www.escrevalolaescreva.blogspot.com. Genial!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Ciclos da Vida

Fecha-se um ciclo, em que a poesia de Hilda Hilst foi minha amiga, companheira, confidente, e expressão.

Poema X

X

Não é apenas um vago, modulado sentimento
O que me faz cantar enormemente
A memória de nós. É mais. É como um sopro
De fogo, é fraterno e leal, é ardoroso
É como se a despedida se fizesse o gozo
De saber
Que há no teu todo e no meu, um espaço
Oloroso, onde não vive o adeus.

Não é apenas vaidade de querer
Que aos cinquenta
Tua alma e teu corpo se enterneçam
Da graça, da justeza do poema. É mais.
E porisso perdoa todo esse amor em mim.

E me perdoa de ti a indiferença. (Hilda Hilst)

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Poema IX

IX

Esse poeta em mim sempre morrendo
Se tenta repetir salmodiado:
Como te esquecer, arquiteto do tempo
Como saber de mim, sem te saber?
Algidez do teu gesto, minha cegueira
E o casto incendiado momento
Se ao teu lado me vejo. As tardes
Fiandeiras, as tardes que eu amava,
Matéria de solidão, íntimas, claras
Sofrem a sonolência de umas águas
Como se um barco recusasse sempre
A liquidez. Minhas tardes dilatadas

Sobreexistindo apenas
Porque à noite retomo minha verdade:
Teu contorno, teu rosto, álgido sim

E porisso, quem sabe, tão amado. (Hilda Hilst)

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Poema VIII

VIII

De luas, desatino e aguaceiro
Todas as noites que não foram tuas.
Amigos e meninos de ternura

Intocado meu rosto-pensamento
Intocado meu corpo e tão mais triste
Sempre à procura do teu corpo exato.

Livra-me de ti. Que eu reconstrua
Meus pequenos amores. A ciência
De me deixar amar
Sem amargura. E que me dêem

A enorme incoerência
De desamar, amando. E te lembrando

-Fazedor de desgosto-
Que eu te esqueça. (Hilda Hilst)

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Poema VII

VII
Foi julho sim. E nunca mais esqueço.
O ouro em mim, a palavra
Irisada na minha boca
A urgência de me dizer em amor
Tatuada de memória e confidência.
Setembro em enorme silêncio
Distancia meu rosto. Te pergunto:
De julho em mim ainda te lembras?

Disseram-me os amigos que Saturno
Se refaz este ano. E é Tigre
E é verdugo. E que os amantes

Pensativos, glaciais
Ficarão surdos ao canto comovido
E em sendo assim, amor,
De que me adianta a mim, te dizer mais? (Hilda Hilst)

VII

Foi novembro sim. E nunca mais esqueço.
O ouro em mim, a palavra
Irisada na minha boca
A urgência de me dizer em amor
Tatuada de memória e confidência.
Dezembro em enorme silêncio
Distancia meu rosto. Te pergunto:
De novembro em mim ainda te lembras?

Disseram-me os amigos que Mercúrio
Rege este ano. E é Coelho
E é envolto em calma. E que os amantes

Pensativos, glaciais
Ficarão atentos aos negócios mais mundanos
E em sendo assim, amor,
De que me adianta a mim, te dizer mais? (reescrito por Bau)


quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Poema VI


VI
Sorrio quando penso
Em que lugar da sala
Guardarás o meu verso.
Distanciado
Dos teus livros políticos?
Na primeira gaveta
Mais próxima à janela?
Tu sorris quando lês
Ou te cansas de ver
Tamanha perdição
Amorável centelha
No meu rosto maduro?
E te pareço bela
Ou apenas te pareço
Mais poeta talvez
E menos séria?
O que pensa o homem (a mulher)
Do poeta? Que não há verdade
Na minha embriaguez
E que me preferes
Amiga mais pacífica
E menos aventura?
Que é de todo impossível
Guardar na tua sala
Vestígio passional
Da minha linguagem?
Eu te pareço louca?
Eu te pareço pura?
Eu te pareço moça?

Ou é mesmo verdade
Que nunca me soubeste? (Hilda Hilst/ com um pitaco da Bau)

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Poema V

V
Nós dois passamos. E os amigos
E toda minha seiva, meu suplício
De jamais te ver, teu desamor também
Há de passar. Sou apenas poeta

E tu, lúcido, fazendo da palavra,
Inconsentido, nítido

Nós dois passamos porque assim é sempre.
E singular e raro este tempo inventivo
Circundando a palavra. Trevo escuro

Desmemoriado, coincidido e ardente
No meu tempo de vida tão maduro. (Hilda Hilst)