sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Poema VII

VII
Foi julho sim. E nunca mais esqueço.
O ouro em mim, a palavra
Irisada na minha boca
A urgência de me dizer em amor
Tatuada de memória e confidência.
Setembro em enorme silêncio
Distancia meu rosto. Te pergunto:
De julho em mim ainda te lembras?

Disseram-me os amigos que Saturno
Se refaz este ano. E é Tigre
E é verdugo. E que os amantes

Pensativos, glaciais
Ficarão surdos ao canto comovido
E em sendo assim, amor,
De que me adianta a mim, te dizer mais? (Hilda Hilst)

VII

Foi novembro sim. E nunca mais esqueço.
O ouro em mim, a palavra
Irisada na minha boca
A urgência de me dizer em amor
Tatuada de memória e confidência.
Dezembro em enorme silêncio
Distancia meu rosto. Te pergunto:
De novembro em mim ainda te lembras?

Disseram-me os amigos que Mercúrio
Rege este ano. E é Coelho
E é envolto em calma. E que os amantes

Pensativos, glaciais
Ficarão atentos aos negócios mais mundanos
E em sendo assim, amor,
De que me adianta a mim, te dizer mais? (reescrito por Bau)


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