quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Sobre as ondas


Uma das coisas que sempre quis fazer foi surfar. Sempre gostei de estar perto do mar, de viver perto do mar, e acho que surfar deve dar uma sensação de voar com os pés na prancha. Bem, ainda não surfei, mas andei brincando nas ondas do Matadeiro com uma bodyboard, que talvez seja o mais adequado para mim agora. Não sei se eu daria conta de aprender a surfar agora, mas a bodyboard me dá uma sensação maior de segurança. Quando eu puder quero comprar um par de pés-de-pato para poder aprender a fazer algumas manobras. Primeiro vou fazer umas aulas com o pessoal ali da Barra da Lagoa, onde as ondas são mais amigas, depois vou começar a fazer umas gracinhas. Anteontem eu peguei várias ondas, mas sempre onde dava pé, ainda não tive coragem de ir mais longe. Apesar de saber nadar bem, estou destreinada e com pouco fôlego, preciso começar devagar. Os surfistas iam mais longe um pouco, mas as ondas estavam quebrando próximo à praia. O mar estava frio, mas muito refrescante! Amei esta nova aventura!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Trilha do Matadeiro

(Os três aventureiros)
Estes dias tem sido maravilhosos. Reclamo um pouco do calor excessivo, mas é normal em dezembro, a temperatura sobe muito, chove e faz muito calor. É difícil dormir, é difícil ficar dentro de casa em qualquer período da tarde. Mas preciso contar as aventuras de uma cinquentona, afinal foi minha primeira grande aventura numa trilha, e me saí muito bem! Aqui na Ilha há muitas trilhas, algumas mais fáceis, outras mais escarpadas ou escorregadias, ou demoradas, mas essa que fizemos foi ótima! Meu filho Bruno, uma amiga, Ângela e eu saímos às 8h15 da manhã e fomos para a praia do Matadeiro, um dos caminhos para a Lagoinha do Leste. Na Lagoinha só se chega por barco ou por trilha, e a menor leva por volta de 1h30. Pegamos a mais bonita, essa do Matadeiro, que leva cerca de 3 horas quando a gente está destreinada como eu estou. Levamos duas garrafinhas de água gelada cada, e Bruno e eu levamos 6 barras de cereal. O caminho começou já um pouco íngreme, subidas em pedras, mas os caminhos bem delimitados, sem risco de nos perdermos. A primeira parte da aventura foi com tempo nublado, o que nos deixou felizes, porque assim o calor seria amenizado. Mas qual! Na metade da trilha, lá em cima, perto do céu, em pleno costão do Matadeiro, o sol saiu e começou a nos castigar. Estávamos de bermudas, camisetas, tênis com meias, e protetor solar. Eu levava uma toalhinha a tiracolo, pois a toda hora tinha que secar o rosto, que insistia em molhar meus óculos (usei óculos escuros de grau para a caminhada). Há três costões a vencer pelo meio da mata para chegar à Lagoinha. Vencido o primeiro, que era o mais arborizado, entramos no segundo, com uma subida bem íngreme, mas protegida, não há despenhadeiros. Como não havia chovido no dia anterior, o chão estava mais seco, mais fácil. Subimos, subimos, subimos. Nunca pensei em minha vida que eu subiria tanto. Sempre tive medo de altura, mas desta vez não tive medo, e algo mudou dentro de mim, com certeza. Aquelas encostas com o mar batendo nas pedras em baixo, o sol, o som do meu coração disparado, minhas pernas tremendo pelo esforço! Que experiência, que lugar! Na metade do caminho comecei a sentar algumas vezes, tomar água e molhar a toalha e passar no pescoço e na cabeça. Esperava o pulso desacelerar um pouco para continuar. A partir do meio da trilha comemos as barras de cereal aos poucos. Minha água logo chegou ao fim, mas Bruno e Ângela ainda tinham mais. Chegando ao topo do último costão vi a descida íngreme que ainda teríamos que enfrentar! Ah, mas antes, bem antes disso, tiramos uma foto da Ângela com um pedaço da sola do tênis na mão, e disse para meu filho colocar o nome na foto de “O lugar onde Ângela perdeu a sola”. No terceiro costão havia mais subida, e subimos muito. No alto, a recompensa! A vista da praia, linda praia de areias amarelas, e uma lagoa à direita, linda, um espetáculo de deixar atordoado! Bem, descemos, não tive medo, minhas pernas agüentaram e eu fiquei feliz como criança. Ao chegar à praia havia uma barraca com pescadores que estavam levando de barco as pessoas de volta às praias de origem. Isso foi ótimo, pois ao chegar na Lagoinha do Leste sofri várias câimbras, tive que pedir à Ângela que me segurasse o pé por várias vezes, pois doía muito. Eu não teria condições de voltar por uma trilha caminhando. Voltamos de barco depois de outras aventuras ainda na Lagoinha, que contarei a seguir. Foi maravilhoso, o lugar é maravilhoso, e fiquei feliz de conseguir realizar esse sonho aos 53 anos!
(à esquerda, vejam a última descida que enfrentamos!)
(aqui uma foto da Lagoinha com uma faixa de areia e o mar ao fundo! Paraíso!)

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Natal e quejandos

Gentes, sempre gostei de festas de final de ano. Não penso ideologicamente, questão de comércio, não penso no mundo em sofrimento. Neste momento parece que tudo fica exacerbado, porque todo o mundo pensa em resolver o que não foi resolvido e se comove porque todo o mundo se farta de comer e beber lembrando que há quem não tenha o que comer e beber. Mas a gente se esquece que essas pessoas não tem o que comer e beber durante o ano todo, não só nesta época do ano. Bem, se tem a ver com a culpa judaico-cristã, não sei, mas que as misérias existem e são reais, isso eu sei. Mas o que fazer em relação à miséria humana? Tentar fazer o melhor que podemos. Para começar, honestidade é essencial. Com honestidade o mundo seria outra coisa.
Há pessoas para quem o Natal não significa nada. Mas nossa cultura não deixa esse momento passar sem reflexão. A minha está aí. Honestidade é o que poderá nos ajudar a viver melhor.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Retrospectiva 2009, perspectiva 2010

Todo final de ano, como é de lei, a gente acaba parando para pensar no ano que está terminando e faz uma porção de promessas para o ano que se inicia. Vou comer menos, vou trabalhar menos, vou caminhar, vou beber menos, vou ser mais social, vou conhecer o mundo, vou aprender uma nova língua etc. Sempre assim. Este ano não ficarei devendo nada, não pegarei mais tarefas do que aguento, não direi não a meus amigos, serei sempre sorrisos, ou ao contrário, aprenderei a dizer não e fecharei a cara quando estiver com vontade. Hahaha, a idade ajuda em certas coisas, isso é verdade. Andarei com a roupa que bem entender, farei as unhas e pintarei de vermelho e tingirei os cabelos de preto, azul, marrom, vermelho, sei lá, da cor que me der na telha. Farei o check up anual, lerei vários livros de teoria e farei resenhas para não perder o gás. Prepararei atividades bem bacanas e diferentes para minhas aulas, e terei tudo prontinho em março, para não me estressar depois.
(suspiro)
Se penso em tudo isso para 2010 é porque não o fiz em 2009? Não...nao necessariamente. É que eu sempre acho que fiquei devendo, que não fiz tudo o que podia, que podia ter sido mais organizada, mais interessante, mais isso e mais aquilo. A meta é sempre atingir a perfeição, que é algo inatingível para que eu possa sempre sonhar. Então, se não sou capaz de fazer o máximo, ao menos sou capaz de fazer o melhor para aquele momento. Isso me consola...hehehehe....Assim meu sonho não acaba nunca.
Mas 2009 foi um bom ano. Tomei decisões profissionais que me agradaram, conheci pessoas excelentes, fiz novos amigos, amei muito e fui muito amada. Tive que tomar uma decisão dolorida em relação ao amor, e isso ainda me machuca. Mas hoje em dia, seja pela idade ou pelas experiências que a vida me proporcionou, consigo olhar para este ano como um ano de ganhos.
Não tenho muita coisa a mudar para 2010. Melhorar, sempre. Tenho vontade de fazer muita coisa ainda. Passear muito, curtir muito meus filhos, viver intensamente e sempre em paz com aqueles que amo. Acho que é isso, paz e saúde e amor! Perspectiva 2010!


segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Fugas

Faz tempo que não escrevo, acho que é vontade de manter a privacidade. Amanhã chega um de meus filhos, vamos nos divertir bastante. Fazer trilhas, tomar uma cerveja, passear, cozinhar e cuidar da casa. Aproveitar os momentos de descanso depois deste ano tão atribulado.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Terceiro Concurso de Blogueiras da Lola


Pessoal, vamos ver se eu consigo acertar o link. Lola está fazendo um concurso de blogs sobre a maternidade, são 25 blogs para vc ler e votar. o link é http://escrevalolaescreva.blogspot.com/search/label/concurso%20de%20blogueiras. Vamos ver se aparece. A Somnia fez o selinho para o concurso. Não deixem de linkar e ler os excelentes textos das blogueiras!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A gente até tenta a perfeição, mas não consegue

Eu tento sim. Tento ser legal, amiga, companheira. Tento compreender a dor alheia, porque acho que eu gostaria que compreendessem a minha. Isso nem sempre é verdade. As pessoas querem possuir umas às outras sem olhar para o bem que possuem. Possuir significa transformar o outro em seu brinquedo, poder mexer como quiser, virar, dobrar, e deixar num canto depois de satisfeito. Assim é com os brinquedos, e assim às vezes é com a vida. Todos nós manipulamos, criamos mundos e depois derrubamos os castelos com nossos empurrões de realidade. Viver não é fácil, amor de verdade não se encontra em cada esquina. Dizer eu te amo é fácil. Difícil é viver.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Bazar da turma da Enxaqueca Rio de Janeiro


20/12 - DOMINGO - às 14h.
Aê, pessoal, para a turma do Rio de Janeiro, uma inciativa bacana! Um bazar bem legal que a família da blogueira Garota Enxaqueca promove, o Cabide Bazar. Confiram! Mudou a data, mas o bazar continua em pé! Boas vendas e boas compras!

Bom dia, galera, acorda, Bau

Antigamente eu falava muito de meus sentimentos em tudo o que escrevia, e eram sentimentos doloridos, amargos. Talvez fosse por minha juventude, coisas de adolescente atormentada por sentimentos românticos, no sentido literário da palavra, ou porque eu, até os 30 anos, não tinha noção de que era lésbica, e do que significava para mim uma vida onde eu me sentisse incluída, apesar da exclusão a que a sociedade poderia me relegar (num determinado momento isso até aconteceu, hoje em dia, não mais). Sinto que minha vida ficou mais leve depois de poder me olhar de frente e pensar como devem ter sido difíceis estes anos em que eu me sentia estranha, mas não sabia o motivo. Imaginem uma pessoa que passa 30 anos da vida se sentindo um peixe estranho, apesar de bonita (eu era uma menina bonita), de classe média,simpática,esportista, cheia de amigos e amigas, nível universitário...puxa, e uma verdadeira ignorante de mim mesma. Eu ignorava meus desejos. Colocava um sorriso por cima de tudo e negava qualquer possibilidade de sofrimento. Isso transbordava, tenho certeza, de outras formas, mas como a vida é minha, não tenho como observar de fora, não sei como transbordou. Talvez em energia, alegria, contos, talvez no excesso de solidão interna e depressão. E agressividade contra mim mesma, me obrigando a fazer coisas que não queria.
Hoje acho que o panorama tem se alterado um pouco. Mais madura, mais atenta a mim, não quero mais abrir mão de coisas que são muito importantes para mim, mesmo que daqui a alguns anos elas já não sejam mais importantes. Não posso levar minha única vida levianamente. Antes tarde do que nunca. A gente um dia acorda. Bom dia, galera.

Sarau das Letras 2009

Sarau recém saído do forno, foi uma manhã de muita atividade! Reunimos os alunos do Programa de Línguas e mais convidados diversos e fizemos um sarau divertido. Os alunos e professores cantaram várias músicas, fizemos um vídeo de culinária, alunos preparando uma paella, com legenda e tudo, que a Renata editou e organizou. Foi uma despedida bem legal para nossos grupos, e acredito que um incentivo para a continuidade. Além de ter sido muito bom, ainda ganhei do meu amigo Tacel um livro de culinária, onde há várias receitas de salada vegetariana (ele diz que não quer me influenciar...só um pouco....huahuahuahua). Houve filmagem, fotos, coffee break com salgadinhos e refris diversos, tudo muito bem organizado e alegre. É muito gostoso participar desse tipo de evento, onde ninguém tem a pretensão de ser melhor, ninguém está competindo para ver quem faz o melhor. A gente se dá as mãos e cresce juntos.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Adoção por casais homossexuais - nós também podemos adotar

O Diário Catarinense anunciou ontem que um casal de lésbicas em Joinville conseguiu o direito de adotar a filha em nome das duas mães. Isso é um avanço muito grande e uma esperança de reconhecimento para um grande contingente de casais homossexuais que têm filhos adotivos ou naturais e que esperam a oportunidade de ter os mesmos direitos de casais heterossexuais. Ou seja, que o par possa ser reconhecido legalmente como pais ou mães. É uma situação familiar difícil quando uma é mãe e a outra é...tia? amiga? madrinha? Ora, é mãe também. Mãe e mãe, ou pai e pai, ou pai e mãe, o importante é que as crianças tenham um lar feliz, cheio de carinho, compreensão e de princípios éticos e de honestidade e caráter.
Link para a reportagem completa: http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2734650.xml&template=3898.dwt&edition=13632&section=213

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Coisinhas do dia a dia

Agora que recomecei a falar de comida a coisa deslancha. Hoje fiz um almoço super simples, mas de dar água na boca. Olha, vejam só: Alface, tomate e cebola como salada, arroz e feijão fresquinho, e carne moída, feita no azeite de oliva com cebola, alho, tomate pelado e alcaparras. Delícia. Depois fui para o continente para dar aulas.
Vinha da Unisul pensando porque a nossa ponte não tem lugar para pedestre caminhar, e logo pensei em como a arquitetura é algo longe de nosso dia a dia. Meu pai era arquiteto, e talvez por isso eu tenha conhecido um padrão estético que normalmente não vejo nas paisagens. O que é funcional, não é bonito, e o que é bonito não costuma ser funcional. Enfim, são dois padrões. Fazer um edifício ou uma casa bonita significa ter um monte de problemas funcionais a gerenciar. No entanto, se você opta por um edifício ou casa funcional, tem que aguentar a barra de ficar num lugar absolutamente comum, sem nada que faça seus sentidos se alegrarem. Uma caixa de ferramentas. Será que alguém vai trazer vida a Florianópolis e fazer deste paraíso de lugar um lugar arquitetonicamente habitável?