terça-feira, 28 de agosto de 2012

FLORIANÓPOLIS: DE PARAÍSO A LIXÃO A CÉU ABERTO

Fico muito mal impressionada e preocupada com a maneira como a prefeitura de Florianópolis (não) cuida da cidade. Esta cidade não é pequena e a Ilha é toda segmentada em bairros distantes uns dos outros, com fazendas no meio, e com muitas construções clandestinas e edificações dentro de áreas de preservação, além dos problemas todos de uma cidade que fica dentro de uma ilha, como esgoto, abastecimento de água, luz etc. Mas QUEM NÃO TEM COMPETÊNCIA, NÃO SE ESTABELECE. Esta é a capital do Estado de Santa Catarina. Um lugar cheio de mato e sujeira nas ruas, ruas extremamente estreitas e sem alternativa de saída ("quarteirões" de mais de quilômetro), falta de calçadas, de vias para bicicleta, de espaço lateral para os ônibus encostarem, com buracos cheios de água nos pontos de ônibus, transporte público deficiente, Lagoa da Conceição (um dos cartões postais da cidade, que traz divisas, que traz turismo, onde SE PESCA!!!) imunda, fedida, a Lagoinha do Campeche - a população se mobilizou para limpá-la neste último final de semana - cada vez mais à mercê da poluição causada pelas construções nas imediações e do total descaso da prefeitura que nunca aparece para limpar e cuidar do local, ou se aparece é com atenção insuficiente, sempre abaixo do que deveria. E agora a prefeitura quer aprovado um projeto milionário da inciativa privada na Ponta do Coral, que, certamente, não será destinado ao comum mortal que paga seus impostos. Mesmo que haja a "boa" intenção de se fazer um parque de não sei que tamanho ali para a população, que "população" irá frequentar com tranquilidade um lugar cercado por um empreendimento daqueles? Além disso, vocês acham que os políticos e empresários e não sei quem mais que frequentará esse empreendimento vai querer o povão usando as imediações, desvalorizando seu espaço? E você acha que o florianopolitano comum vai sentir-se bem num lugar desses? Esse projeto tem por objetivo transformar Floripa na Punta del Este do sul do Brasil? O que querem os empresários e empresárias de Florianópolis?
Em relação às estradas, outro problema sério, pois temos aqui dentro tanto rodovias estaduais quanto caminhos municipais, com as duas instâncias brigando entre si para ver quem arruma o que. Quando há acostamento nas ruas e estradas, estão sempre cheios de mato ou são de terra e estão esburacados. Atenção, prefeitura, Florianópolis não é a "casa da mãe joana"! E atenção, eleitores, se não cobrarmos uma política decente para limpar e arrumar esta cidade, ela vai - a curtíssimo prazo - se tornar um lixão! O mar já está ficando poluído, provocando micose, hepatite, e outras coisas mais que acontecem em lugares sujos! Como moradora de Floripa, e conhecendo bem sobre o que estou falando, pois morei no litoral norte de São Paulo, e também conheço bem o litoral do nordeste, e como eleitora daqui, demando de nossos políticos o cuidado que este lugar MERECE E PRECISA!!!!!
Vivi a expansão do litoral norte de São Paulo. São Sebastião, que fica no continente, era assim como Florianópolis, com seus bairros nas praias. A especulação imobiliária foi imperdoável, e estragou tudo. O retorno social dessa especulação não foi melhoria das condições de vida da população local, nem investimento para saneamento básico, nem investimento para educação, nem investimento para a cultura. A especulação imobiliária e o descaso das prefeituras (seguidamente, como é o caso de Florianópolis) trouxeram construções de luxo, construções de hotéis e resorts que fecham e poluem as praias, e bares e lugares privados de eventos. Maresias, que era uma praia de sonho (como a Praia Mole aqui), transformou-se numa praia fechada, só faixa de areia e mar. Cheira mal. A Rio-Santos passa ali no meio, cheia de lombadas, o acostamento é ínfimo e os restaurantes que se acumulam ali em volta cheiram a esgoto. Bem, se nós continuarmos em direção a esse tipo de progresso, nós chegaremos lá bem rápido. Apenas 25 anos nos separam desse ideal dos senhores e senhoras especulador@s.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Meus anos de Floripa

Minha primeira visita a Florianópolis foi no final dos anos 1960, quando ainda se entrava na cidade pela ponte Hercílio Luz, e se chegava na Lagoa da Conceição por estrada de terra, se a memória não me falha. Havia barquinhos que nos levavam a passear na Lagoa da Conceição, e uns restaurantes manés bem gostosos e aconchegantes, e nós comemos nada menos que a sequência de camarões, claro! A lembrança da cidade sempre ficou em mim dessa forma, a ponte e a Lagoa. Há nove anos, em 2003, vim participar de um seminário de publicações feministas que estava sendo organizado num hotel lá em Ponta das Canas. Conheci uma porção de pessoas bacanas, e no final do ano seguinte vim fazer seleção para o mestrado na UFSC - por uma coincidência, daquelas felizes coincidências da vida. Passei na seleção e no início de 2005 vim para Floripa. Fiquei algum tempo entre um pé aqui outro ali, não muito certa do meu futuro, mas no ano seguinte já tinha a certeza de que tinha encontrado o lugar onde queria realmente passar a viver. E aqui estou desde então, na minha casinha, com meus cachorrinhos, meu gato, meu filho mais novo, recebendo sempre a visita dos outros filhos, dos amigos de São Carlos, e da família. Aqui eu fiz uma nova casa, outros amigos, sempre somando, e estou bem feliz. De vez em quando tenho essas lembranças vindo à cabeça, o sufoco da mudança, as minhas cachorrinhas (Anita, que já está no céu dos cachorrinhos, e a Pizza, filha da Anita e do Dobby -Daschenhund da minha irmã- que ainda tá viva e latindo como nunca!) vindo com o caminhão da mudança, a primeira casa aqui, a casa de pedra da Sílvia no Campeche, depois a casa de madeira e alvenaria na Carvoeira, lá bem em cima do morro, com uma lindíssima vista que se abria na janela da cozinha, e por último a compra do terreno e a construção da casa no Campeche. Uma conquista, um prazer, um sufoco, e um sossego. Quando a gente pensa bem, o que são 8 anos em 56? bem pouco. Mas quando são bem aproveitados, é muito!!! E como foram bem aproveitados! E os que ainda estão por vir também serão, claaaaro.

sábado, 11 de agosto de 2012

OURO NO VÔLEI FEMININO!

Comecei a ver o jogo muito emocionada, esperando o desempenho brasileiro dos jogos contra a China e contra o Japão, mas o que vi no primeiro set do Brasil vs. E.U.A. foi uma réplica dos jogos horríveis que fizeram contra os outros adversários. As jogadoras sem concentração, com cara de apavoradas, como estivessem o tempo todo se perguntando o que estavam fazendo ali, naquele lugar, naquele momento. Defesas perdidas e muitos, muitos ataques para fora. Isso é coisa de pavor, você tenta passar por cima do bloqueio e dá o maior avião, todas as atacantes faziam a festa da TAM, da GOL, da American Airlines, e outras companhias aéreas.
Aí veio o segundo set e eu, já no desespero, tomei um café e olhei de rabo de olho para não enfartar. E....surpresa das surpresas, as gurias do time brasileiro começaram a enfiar uma, duas, três bolas, quatro, cinco, seis bolas, e defenderam, e atacaram, e fizeram pontos de bloqueio, de largadinha, de porrada, de tudo...arrasaram com a moral do time norteamericano, respaldadas pela maravilhosa torcida brasileira, que é tudo de bom!
Quando o time fechou o quarto set, vencendo de uma forma espetacular o elenco norteamericano, as amigas e eu já estávamos arrepiadas, chorando de emoção e nos abraçando e gritando ouro, ouro, ouro. Não adianta, na hora da torcida, a gente vira criança! Viva meninas do time de vôlei do Brasil, foi um percurso sofrido, e uma lindíssima vitória!

Semestre novo, vida nova?

Pobre blog, abandonado por meses, ou pobre de mim que não tenho tido olhar para minha veia poética ou não tenho tido tempo, ou não tenho tido algo que me arrastasse para cá para postar coisas de minha alma. O Facebook é bárbaro, mas me tira um pouco esse tempo de reflexão pura e simples, para refletir em conjunto com amigos e outros. Acho isso perfeito, nos dias de hoje nem dá para a gente se imaginar sem Facebook, sendo que ele nos re-aproxima tanto da família e de tantos amigos deixados ao longo das mudanças de vida e de trabalho!
Tenho lido muito nestes últimos tempos, visto muitos filmes, o cinema alternativo, "off-circuit" tem ganhado um espaço bem bacana aqui em Florianópolis, com o Cinearte Paradigma e a reativação do cinema do CIC, e também as apresentações em lugares como a Casa das Máquinas na Lagoa, ou no Badesc, enfim, espaços em que as pessoas podem ver uma apresentação de qualidade, discutir e escutar debates com gente da área, ou com aficionados. É bem interessante, e eu gosto de me sentir inserida nesse ambiente. 
Sempre incentivo meus alunos a participarem das atividades culturais, e os incentivo a fazerem leituras diversas e debaterem essas leituras. É muito interessante ver como eles crescem nesse ambiente universitário mais crítico. 
Para uma retomada, acho que foi suficiente. Quem sabe mais tarde venho com uma receita gostosa, ou com algum trecho de prosa extraído dos momentos intimistas.