terça-feira, 8 de novembro de 2011

Quarta ponte em Florianópolis

Concordo totalmente que uma ponte a mais não resolve o problema e desvia o foco dos problemas de trânsito interno. As SCs têm que ser alargadas (paciência, a desapropriação é necessária), calçadas construidas, transporte público muuuuuuito melhorado (o atual é caótico, irracional, caro, ônibus velhos, sem ar condicionado, mal distribuidos e com horários de matar qualquer cristão). A prefeitura tem que coibir as ruas estreitinhas, 90% das vias aqui são servidões estreitas e compridas, que talvez estivessem bem na Ilha dos Açores nos séculos passados, mas não mais nesta ilha que é capital de um estado, balneário turístico e área de preservação no século XXI cheio de carros, turistas, etc. O tempo não vai voltar atrás, não teremos menos carros, não adianta espernear. Isto não será mais o que foi nos anos 60, desculpem-me os saudosistas. Aconteceu em todos os lugares. O que temos que fazer é nos unir para frear que continuem a destruir, e melhorar a vida da população. Muito pouca gente vai se mudar de Florianópolis por causa do trânsito, acreditem. E muita gente vai continuar vindo para cá. Então, o governo tem que enfrentar a real! Tem que tomar providências para melhorar a vida da população. Claro que ajudar a fluir entrada e saída, depois, será necessário.  Facilitar a entrada e saída, sem facilitar a mobilidade interna é uma idiotice. A via expressa tem que  ser alargada, a faixa que cruza a grande Florianópolis da BR-101 tem que ser alargada. Mas isso é um movimento para depois.

domingo, 18 de setembro de 2011

Ameaças, vamos denunciar

Acabei de ler, estarrecida, as ameaças que Lola vem sofrendo por parte de um grupelho que se autodenomina Sanctos. Se vocês conhecerem alguém ligado ao grupo, estão fazendo ameaças seríssimas contra a pessoa de Lola, autora do blog www.escrevalolaescreva.blogspot.com. Denunciem!

Emoções

Contos contos encontros encantos

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Mês de setembro

Setembro começa sempre com ares de nascimento, pois meu filho mais novo nasceu no primeiro dia do mês, mas sem nada contra agosto, que sempre é um mês bom para mim. A primeira metade de julho não foi muito legal, mas a segunda trouxe novo gás. A vida não admite retrocessos, feliz ou infelizmente, sei lá.
Costumo questionar muito minha maneira de escrever aqui no blog, falo muito de mim, às vezes fico um pouco chateada de não usar este espaço para falar das coisas que se passam lá fora, mas esta é a forma de me posicionar politicamente, também, falando sobre minhas sensações e prazeres, histórias de vida. Cada pessoa tem uma forma diferente de expressão, a minha é bem egocêntrica, pelo meu ponto de vista, talvez porque em minha vida geralmente eu tenha muito olhar para fora e pouco para dentro. Então querem saber? Não vou ficar cuidando de ser diferente do que sou, não. Mesmo porque não adianta, os relatos acabam ficando artificiais, sem alma. Então, vou lá, retomar à escrita intimista (dizem egocêntrica, prefiro dizer intimista....rrsrs)

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Vidinha mais ou menos

Já ouvi essa frase várias vezes e me lembro de tê-la pronunciado algumas também. Evidentemente que apenas em tom de brincadeira quando estou me divertindo, ou quando estou em um lugar muito lindo ou experimentando sensações muito lindas. A experiência do ensino, da sala de aula, é uma dessas horas em que eu acho esta vidinha mais ou menos...alun@s são tudo de bom, aprendo um monte com eles. Outra situação é o estar entre amig@s, tomando um café ou uma cerveja, ou mesmo teclando por aqui. Dinheiro no bolso? Nenhum, mas mesmo assim tudo se ajeita. Come-se em casa, compra-se a cervejinha no super. E assim vamos tocando essa vidinha mais ou menos. Coisa boa. E com o friozinho, fica mais aconchegante.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Coisas lindas e inesperadas da vida

A vida da gente é mesmo uma caixinha de surpresas. A minha vida hoje me trouxe de presente uma linda surpresa. Nem sempre a surpresa boa aparece vinda dos lugares que a gente imaginava, a princípio, e aí é que está a grande beleza de tudo, o mundo gira, nós andamos para a frente, e a coragem de enfrentar o desconhecido, nesse momento, é tudo.

domingo, 5 de junho de 2011

O violão e a voz

Há exatamente duas semanas fiz minha primeira aula de violão. Sabem que levo jeito para a coisa? Estou amando meu novo hobbie! Dedos já criando calos e estou ficando mais rápida na troca das poucas notas que aprendi até agora. 

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Gota d'água

Deixa em paz meu coração
que ele é um pote até aqui de mágoa
e qualquer desatenção, faça não,
pode ser a gota d'água.
(Chico Buarque)

segunda-feira, 30 de maio de 2011

terça-feira, 26 de abril de 2011

Continuação dos recuerdos

Em continuação aos recuerdos....hoje foi incrível. Peguei o ônibus em São Paulo da Praça da Árvore para o Aeroporto e entrei no bairro de Moema pela Avenida Ceci e Aratãs. Foi nesse bairro que dei meus primeiros passos. Nasci em São Paulo, no bairro do Bexiga, e cresci em Moema, não me lembro o nome da rua, mas vou perguntar a minha mãe. Desse tempo, pequenina que eu era, tenho a memória distante de ladrilhos vermelhos da garagem. E dos passeios à casa do Nonê e Laide, e de como aquilo marcou minhas primeiras lembranças de vida. 

domingo, 24 de abril de 2011

Recuerdos

É gostoso viajar no tempo. Estou em São João da Boa Vista, visitando minha mãe que está hospitalizada. Entre idas e vindas do hospital, onde ela se recupera bem, muitas lembranças me assaltaram. Lembranças boas, momentos de infância, família enorme, todos reunidos para as festas e férias na casa de meu avô. Minha mãe nasceu aqui, e aqui passamos boa parte de nossos momentos de lazer na infância.
A casa, antiga, tinha degraus de mármore branco na entrada, e portão de ferro com as iniciais de meu bisavô Capitão José Alexandre. 
 (Festa da família - 2003)
O jardim lateral, sob os olhos de uma comprida varanda de ladrinhos, tinha um pequeno tanque de peixinhos, diversão da meninada. Muitos tios e tias e primos e primas, e um sem fim de visitas. O chão da casa era de tábua corrida, encerada com óleo, os cômodos grandes, a mesa da sala de jantar enorme e sempre acolhedora. Na parte dos fundos, ficava a cozinha, onde o falante papagaio Mulata cantarolava ao som das frituras de Inês, nossa governanta, cozinheira, amiga. Dela guardo como recordação, até hoje, uma toalha de crochê que me deu de presente em meu primeiro casamento, há 31 anos.
Da cozinha, podíamos descer pela escadaria do quintal. Ali era nosso refúgio e o lugar que mais marcaria minhas experiências de vida, de companheirismo, de fidelidade, de amor. Primos e primas nos fartávamos com as frutas - principalmente mangas e jaboticabas. Subíamos nas árvores, que eram nossas naves espaciais, entrávamos no galinheiro proibido (era velho demais). Uma tarde entrei e uma das varetas se quebrou. Minha perna ficou presa e eu, pequena e medrosa, chorei muito, até que minha madrinha me tirou dali. Eu, com certeza, me assustei muito, pois me lembro bem disso. Gostávamos de entrar nos cômodos antigos do porão e mexer em tudo, papéis de comércio antigo, móveis, sempre uma arte nova. Meus padrinhos ficaram morando na casa depois da morte de meu avô, e criavam galinhas e patos. Meu padrinho tinha um galo de estimação, o Coronel, que corria atrás de nós. Morríamos de medo do Coronel, com sua imponente crista.
Um lugar que eu curtia muito era um quarto dos fundos da casa onde havia uma estante cheia de revistas de fotonovelas. Sempre fui grande leitora, e adorava ficar por horas a fio lendo e sonhando os sonhos daquelas figuras em preto e branco que sofriam por amor, onde, no final, os amantes se encontravam, eram felizes para sempre, e o mal era sempre punido. 
Em frente à casa, a praça Joaquim José, a principal da cidade na época. Uma linda praça, que também virava casa, abrigo, lugar de jogos, brigas e riso. Meus joelhos guardam até hoje as marcas dos tombos na estátua central.
Perto dessa praça, a igreja matriz, onde minha irmã mais nova e eu fomos batizadas. Me lembro de meu batismo, eu já era grandinha, uns 4 anos, talvez. Lembro-me de nossas madrinhas queridas, Tia Ruth, madrinha da Belê, e Tia Eny, minha madrinha. 
Ali também se ergue, até hoje, um imponente teatro municipal, hoje reformado, lindo. Um dia, em uma sessão de cinema, ganhei meu primeiro beijo. Claro que detestei, eu devia ter uns 10 anos. Mas nunca mais esqueci. A doçura da memória ficou. Ao lado do cine-teatro também tomávamos sorvete e comprávamos chicletes de tuttifrutti. Delícia!! Ping-pong!
E falando em ping-pong, ainda nos divertíamos muito na Esportiva, com sua recém inaugurada piscina olímpica, e onde cheguei a ser convidada a treinar para competir com a equipe de natação.
São João tinha, então, uma excelente equipe de nadadores e tenistas, sempre ganhando os primeiros lugares dns competições. Foi um orgulho imenso receber o convite, mas eu era muito jovem, e não morava aqui. Foi inviável, mas como eu disse antes, a doçura da memória ficou. 
Deliciosos bailes de carnaval na Esportiva, mesas de ping pong (a gente não chamava de tênis de mesa), amigos e amigas, conversas, brincadeiras. Aproveitei muito esse tempo.
E os Natais? Todo o mundo vestido no melhor estilo, presentes sob a árvore de Natal numa sala onde não podíamos entrar, pois era a sala de visitas, onde ficava o piano. Só entrava ali quem estudava piano. E as visitas, claro. Mas na noite de 24 de dezembro nós entrávamos em fila, com um dos bonequinhos do presépio nas mãos, cantando noite feliz, à luz de velas, para depois abrirmos, ansiosos, nossos presentes. Depois, o jantar com cozido, bacalhau, polvo e sei lá mais o que, tudo cheirando a azeite de oliva. Uma casa portuguesa, com certeza. 
Hoje, no lugar da casa, se ergue um prédio de não sei quantos andares. Pena que a construção anterior perdeu seu espaço para a especulação imobilária, para a "modernidade".  Mas a arquitetura, o cheiro, as primaveras, as laranjeiras, as mangueiras, o limoeiro, e tudo o que vivemos lá continua lá, entre os alicerces do novo edifício. Sangue nosso correu ali, e ali continuará pelos tempos.
Lembranças podem também trazer tristeza, mas hoje me trouxe grande alegria. Foi uma delícia reviver esses momentos.

domingo, 17 de abril de 2011

Moqueca no domingo

Hoje foi um lindo dia. Os fins de semana têm sido deliciosos, em excelente companhia e muito divertidos. Ontem foi música com Carla, no Café St. Germain, e depois o repouso merecido ao lado de uma pessoa maravilhosa. Café da manhã tranquilo e cheio de carinho. 
Depois de tanta coisa boa e uma despedida em paz, sem medo, voltei a brincar na cozinha, meu hobbie favorito. Fiz moqueca de cação mangona com camarões, acompanhada de abobrinha grelhada, bezuntada em azeite de oliva e sal, e cuscus marroquino. 
Para começar, cebolas levemente fritas em azeite de oliva, depois os camarões temperados, um pouco de tomates e pimentões. 
Depois de cozidos, adicionei o peixe, joguei um pouco do vinho tinto (merlot) que estava tomando, deixei cozinhar um pouco e completei com o resto dos tomates e dos pimentões, com salsinha por cima de tudo. Isso feito em panela de barro que comprei há quase 20 anos de D. Adélia, uma indígena que fazia utensílios de barro em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo. D. Adélia morava no bairro de São Francisco, tinha uma família numerosa, mas ninguém quis aprender seu ofício. Ela os sustentava, numa idade já avançada. Não sei se está viva hoje em dia, há muitos anos não vou a S.Sebastião (cidade onde passei as férias da infância, adolescência, lua-de-mel do primeiro casamento, e onde meus filhos cresceram e brincaram). Gostaria de saber que alguém deu continuidade a seu trabalho, sua sabedoria.
O resultado da moqueca está na foto, junto com a foto da abobrinha. 

Uma amiga veio almoçar comigo, conversamos muito sobre a vida, rimos, fizemos piada, falamos da vida alheia, como duas comadres queridas. Foi ótimo. 

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Morro do Lampião




Um encontro e um convite inesperado numa noite de samba em Santo Antônio de Lisboa me levou, no domingo pela manhã, a pular da cama e sair com uma amiga para a trilha do Morro do Lampião, aqui pertinho de casa. 
Saímos por volta de 10 da manhã, dia ensolarado mas não muito quente, protegidas pelo bloqueador solar, com água, bananas e muita disposição. De um grupo de várias pessoas, só fomos as duas corajosas, a amiga que me convidou e eu. Caminhamos pela Av. Campeche até a Rua Pau de Canela e seguimos por esta até a altura da entrada do morro. A princípio, o fôlego deu legal. As duas, animadas, ela de bermudas jeans, sapatos e meias de caminhada, e eu de calça de moleton (vermelha...rsrs), porque sei muito bem como adoro me arrebentar nas pedras e me arranhar nas plantas. Os tênis, aquele par marrom que comprei para fazer caminhadas quando fui para a Inglaterra, e me serviram maravilhosamente para as trilhas de Floripa. 
Subimos, subimos, subimos e subimos, e parávamos a cada tanto tempo para ganhar fôlego, tirar fotos, rir de nosso pouco preparo físico. Difícil olhar para cima. Minha amiga me ensinou a não ficar pensando no tempo que falta, não olhar para cima, mas pensar em cada passo do caminho. Comentamos que assim devemos também fazer na vida. O passado só ajuda a entender melhor o passo presente. Que é legal que nos concentremos no que estamos vivendo no momento, ao invés de ficarmos vivendo o passado ou pensando no que virá amanhã.


Paisagens lindas ficavam às nossas costas, e no meio do caminho encontramos pessoas, brincamos, rimos, falamos da vida, filosofamos. 
Depois de algumas paradas, chegamos a uma das pedras do topo do morro. Ali sentamos e fotografamos a costa leste da Ilha de Santa Catarina, paisagens lindas, recortes desde o Costão do Santinho até o Campeche. Dava para ver o recorte da Lagoa da Conceição e a imensidão de Moçambique. Ali na pedra encontramos uma gurizada legal. Assim que a gurizada desceu, subiu um rapaz...de bicicleta! Fiquei pensando como ele conseguiu a proeza. E como desceu, depois, com tanta pedra solta e descidas íngremes. Coisas de bikers....rsrs

Fomos à outra pedra, de onde se vê a costa oeste. Desde Ribeirão da Ilha até Carianos, e no cantinho dava até para ver a Ponte Hercílio Luz. Ali fotografamos mais, tomamos água, comemos bananas, rimos e filosofamos. 
Depois de um tempo que voou de tão bom, descemos a encosta, sempre registrando nas câmeras nossas impressões dessa paisagem linda.
Coroamos nosso passeio com um banho na piscina de uma amiga, e depois com um delicioso almoço no Nutri, na Armação.
Agradeço a minha amiga a companhia maravilhosa, solidária, divertida, e a oportunidade de conhecer essa trilha. Moçada, depois desta, estou certa que haverá muitas!!!

London River: nào percam

Se vocês ainda não assistiram Destinos Cruzados (London River, 2009), não fazem ideia do que estão perdendo. Não sou crítica de cinema, mas sei apreciar um bom filme, e esse é um bom filme. Os protagonistas, a britânica interiorana branca Elizabeth Sommers (Brenda Blethyn) e o africano muçulmano negro Ousmane (Sotigui Kouyaté)cruzam-se de forma inesperada: ambos procuram seus filhos em Londres, possíveis vítimas dos atentados simultâneos a ônibus e metrô que ocorreram em Londres em 2005. Ator e atriz dão um banho de interpretação, fazendo com que os espectadores sintam a forte emoção da dor de pais que procuram seus filhos desaparecidos. Sommers, com seu medo e preconceito, seu desespero, entra em conflito consigo mesma ao ter que lidar com o fato de que sua filha vivia com o filho de Ousmane, e de que, de alguma forma, sua vida estava ligada àquele homem silencioso, expressivo, e que segue, como ela, obstinadamente, atrás de notícias dos jovens desaparecidos. 
O cinema perdeu esse grande ator, Kouyaté, morto aos 73 anos, em abril de 2010.

sábado, 26 de março de 2011

oásis

Estamos construindo nosso refúgio, nosso oásis. Um espaço onde o tempo tem outro significado, e onde o riso faz o cansaço do dia ficar mais leve.

terça-feira, 22 de março de 2011

Dodoi

Achei que não iria pegar gripe este começo de outono, me enganei. Doi tudo, cabeça, corpinho,e dá pouca vontade de fazer qualquer coisa diferente de dormir e dormir. 
Sabe o que estou querendo? Colinho, cafuné e beijinho. Com direito a chá, cobertor e carinho.
Nada mal, não é?  

quinta-feira, 17 de março de 2011

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Às taurinas

*TOURO*(de 21 de abril a 20 de maio)

O que é que brilha sem ser ouro? 
- A mulher de touro!
É a companheira perfeita
Quando levanta ou quando deita.
Mas é mulher exclusivista
Se não tem tudo faz a pista.
Depois, que dona de casa...
E à noite ainda manda brasa.
Sua virtude: a paciência
Seu dia bom: a sexta-feira
Sua cor propícia: o verde
As flores dos seus pendores: 
Rosa, flor de macieira
(Vinícius de Moraes)

Às arianas



*ÁRIES*
(de 21 de março a 20 de abril)

Branca, preta ou amarela
A ariana zela.
Tem caráter dominador
Mas pode ser convencida
E aí, então, fica uma flor: 
Cordata... E nada convencida.
Porque o seu denominador
É o amor.
(Vinícius de Moraes)

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Interessante

Se um dia eu sinto a nostalgia de coisas que não vivi, mesmo assim me sinto acarinhada pelo que vivi. E se aquele sentimento se sobrepõe a este, viro o disco e ponho o lado B para tocar. E se o lado B está arranhado, invento o lado C e canto como os pássaros.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Novo ano, nova vida, filmes e Bolão do Oscar

As férias são bons dias para descanso do corpo e da mente, e a reflexão acaba fazendo parte desse processo de relaxamento. Depois de passado o estresse do final de ano, vem a calmaria e o desejo de renovação, principalmente das atitudes. Este ano, meu foco está em organização, e meu ano começa agora, em fevereiro. Janeiro ainda é 2010 para o cérebro, que não se desliga facilmente, demora um tempo, divaga, retrocede, debate-se, recusa-se a liberar as energias do ano anterior. Mas fevereiro é outra onda. O ano inicia agora, com a compreensão do antigo e o desejo do novo eu.
Esta foi uma semana boa, com muito cinema, com boa companhia, com música, com trabalho. Cinema pesado, mas bom: A Fita Branca, O Cisne Negro, e o documentário, muito bom, Lixo Extraordinário. No final da semana, irei ver Como Esquecer. Nesse meio tempo, trabalho, e coisas legais, pessoas legais, leituras legais. Aliás, falando em leituras legais, não deixem de acessar e votar no bolão da Lola para o Oscar de melhor filme: www.escrevalolaescreva.blogspot.com. Genial!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Ciclos da Vida

Fecha-se um ciclo, em que a poesia de Hilda Hilst foi minha amiga, companheira, confidente, e expressão.

Poema X

X

Não é apenas um vago, modulado sentimento
O que me faz cantar enormemente
A memória de nós. É mais. É como um sopro
De fogo, é fraterno e leal, é ardoroso
É como se a despedida se fizesse o gozo
De saber
Que há no teu todo e no meu, um espaço
Oloroso, onde não vive o adeus.

Não é apenas vaidade de querer
Que aos cinquenta
Tua alma e teu corpo se enterneçam
Da graça, da justeza do poema. É mais.
E porisso perdoa todo esse amor em mim.

E me perdoa de ti a indiferença. (Hilda Hilst)

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Poema IX

IX

Esse poeta em mim sempre morrendo
Se tenta repetir salmodiado:
Como te esquecer, arquiteto do tempo
Como saber de mim, sem te saber?
Algidez do teu gesto, minha cegueira
E o casto incendiado momento
Se ao teu lado me vejo. As tardes
Fiandeiras, as tardes que eu amava,
Matéria de solidão, íntimas, claras
Sofrem a sonolência de umas águas
Como se um barco recusasse sempre
A liquidez. Minhas tardes dilatadas

Sobreexistindo apenas
Porque à noite retomo minha verdade:
Teu contorno, teu rosto, álgido sim

E porisso, quem sabe, tão amado. (Hilda Hilst)

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Poema VIII

VIII

De luas, desatino e aguaceiro
Todas as noites que não foram tuas.
Amigos e meninos de ternura

Intocado meu rosto-pensamento
Intocado meu corpo e tão mais triste
Sempre à procura do teu corpo exato.

Livra-me de ti. Que eu reconstrua
Meus pequenos amores. A ciência
De me deixar amar
Sem amargura. E que me dêem

A enorme incoerência
De desamar, amando. E te lembrando

-Fazedor de desgosto-
Que eu te esqueça. (Hilda Hilst)

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Poema VII

VII
Foi julho sim. E nunca mais esqueço.
O ouro em mim, a palavra
Irisada na minha boca
A urgência de me dizer em amor
Tatuada de memória e confidência.
Setembro em enorme silêncio
Distancia meu rosto. Te pergunto:
De julho em mim ainda te lembras?

Disseram-me os amigos que Saturno
Se refaz este ano. E é Tigre
E é verdugo. E que os amantes

Pensativos, glaciais
Ficarão surdos ao canto comovido
E em sendo assim, amor,
De que me adianta a mim, te dizer mais? (Hilda Hilst)

VII

Foi novembro sim. E nunca mais esqueço.
O ouro em mim, a palavra
Irisada na minha boca
A urgência de me dizer em amor
Tatuada de memória e confidência.
Dezembro em enorme silêncio
Distancia meu rosto. Te pergunto:
De novembro em mim ainda te lembras?

Disseram-me os amigos que Mercúrio
Rege este ano. E é Coelho
E é envolto em calma. E que os amantes

Pensativos, glaciais
Ficarão atentos aos negócios mais mundanos
E em sendo assim, amor,
De que me adianta a mim, te dizer mais? (reescrito por Bau)


quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Poema VI


VI
Sorrio quando penso
Em que lugar da sala
Guardarás o meu verso.
Distanciado
Dos teus livros políticos?
Na primeira gaveta
Mais próxima à janela?
Tu sorris quando lês
Ou te cansas de ver
Tamanha perdição
Amorável centelha
No meu rosto maduro?
E te pareço bela
Ou apenas te pareço
Mais poeta talvez
E menos séria?
O que pensa o homem (a mulher)
Do poeta? Que não há verdade
Na minha embriaguez
E que me preferes
Amiga mais pacífica
E menos aventura?
Que é de todo impossível
Guardar na tua sala
Vestígio passional
Da minha linguagem?
Eu te pareço louca?
Eu te pareço pura?
Eu te pareço moça?

Ou é mesmo verdade
Que nunca me soubeste? (Hilda Hilst/ com um pitaco da Bau)

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Poema V

V
Nós dois passamos. E os amigos
E toda minha seiva, meu suplício
De jamais te ver, teu desamor também
Há de passar. Sou apenas poeta

E tu, lúcido, fazendo da palavra,
Inconsentido, nítido

Nós dois passamos porque assim é sempre.
E singular e raro este tempo inventivo
Circundando a palavra. Trevo escuro

Desmemoriado, coincidido e ardente
No meu tempo de vida tão maduro. (Hilda Hilst)

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Poema IV


IV
Minha medida? Amor.
E tua boca na minha
Imerecida.

Minha vergonha? O verso
Ardente. E o meu rosto
Reverso de quem sonha.

Meu chamamento? Sagitário (Escorpião)
Ao meu lado
Enlaçado ao Touro.

Minha riqueza? Procura
Obstinada, tua presença
Em tudo: julho, agosto (novembro, dezembro)
Zodíaco antevisto, página

Ilustrada de revista
Editorial, jornal
Teia cindida.

Em cada canto da Casa
Evidência veemente
Do teu rosto. (Hilda Hilst - complementado por Bau)


Poema III

III


Se refazer o tempo a mim me fosse dado
Faria do meu rosto de parábola
Rede de mel, ofício de magia

E naquela encantada livraria
Onde os raros amigos me sorriam
Onde a meus olhos eras torre e trigo

Meu todo corajoso de Poesia
Te tomava. Aventurança, amigo,
Tão extremada e larga

E amavio contente o amor teria sido. (Hilda Hilst)

sábado, 29 de janeiro de 2011

Poema II


II
Ama-me. É tempo ainda. Interroga-me.
E eu te direi que o nosso tempo é agora.
Esplêndida avidez, vasta ventura
Porque é mais vasto o sonho que elabora

Há tanto tempo sua própria tessitura.

Ama-me. Embora eu te pareça
Demasiado intensa. E de aspereza.
E transitória se tu me repensas. (Hilda Hilst)




II
Ama-me. É tempo ainda. Interroga-me.
Eu te direi que nosso tempo é ainda aurora.
Esplêndida avidez, vasta ternura
Porque é mais vasto o sonho que elabora

Há tanto tempo seu leito de ventura.

Ama-me. Embora eu te pareça
Demasiado intensa. Mas de leveza,
E forte e companheira, se tu me repensas. (releitura por Bau)

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Hilda Hilst

Não ando na vibe de escrever, mas ando na vibe de ler, e estes poemas de Hilda Hilst são de se ler de joelhos. Fazem parte do livro Júbilo, Memória, Noviciado da Paixão, "Dez chamamentos ao amigo" (p.17-27).

I
Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo. Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água
Desejasse

Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.

Te olhei. E há tanto tempo
Entendo que sou terra. Há tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta

Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Sonhos


Sonhei um sonho bom. O gostoso do meu sono é que nele não existem problemas, nem medos, nem distância. Existe música e poesia, há dias de sol e de chuva, luares, flores, doçuras.