segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Ainda falando do meu umbigo...

Nada parece bom, engraçado, divertido ou prazeroso quando se tem problemas de depressão ou ansiedade. Não é a mesma coisa de se ter um problema passageiro, um assunto a ser resolvido, é um envolvimento cerebral, e consequentemente corporal, num túnel sem água, sem alimento, sem perspectiva de final. A dor do nada é tão grande, que engole a força de vontade, engole a racionalidade, e a gente entra em contato com nosso ser mais voraz, mais perdido, mais ID. Nada de ego, nada de superego, id total.
Mas por que algumas pessoas têm depressão ou não? Então, gente, algumas têm, outras não, assim como somos todos diferentes e ao mesmo tempo tão parecidos em tantas coisas. Muitas mulheres passam pela menopausa na boa, sem calores ou sofrimento, ou ressecamento, ou queda de bexiga. Outras sofrem de um ou outro sintoma. Outras sofrem de todos. Algumas usam hormônios, outras não, umas ficam com a pele e os cabelos secos e brancos, outras demoram bem mais. Muitas mulheres conseguem passar por esse período fazendo yoga, ginástica, ou participando de um grupo de dança e tomando chás, ou fazendo terapia e ficam ótimas. Outras fazem tudo isso e continuam enlouquecidas, com todas as descompensações e sofrimentos possíveis. E é exatamente para toda a diversidade de mulheres (falo das mulheres, porque não sou homem, estou falando do meu umbigo, já disse) que existem as terapias alternativas ou as medicações antroposóficas, alopáticas, homeopáticas, fitoterápicas, etc. Há massagens, terapias holísticas, gestalts, comportamentalistas, etc.
Eu, Bau, só consegui melhorar, me alimentar e sair do túnel sem fim com medicação. Tentei várias formas de segurar a onda, não houve jeito. Não tenho vergonha de dizer isso, surtei mesmo, e ainda surto sem medicação, e é para isso que a medicação existe, para trazer qualidade de vida, ajudar a produzir os hormônios do prazer que não se consegue mais. Isso eleva a auto-estima, traz reflexão, ajuda a gente a entender o processo. Mas a gente tem que ter humildade o suficiente para aceitar as limitações impostas por nossa máquina corporal. Quem quer estar doente? Ninguém. Mas se a doença está ali, instalada, não dá para ignorá-la. Todos sofrem junto com a gente.
Então, se vocês conseguem segurar suas ondas de ansiedade, calor, depressão, pânico, com terapias alternativas, chás, exercícios, ótimo. Mas se o sofrimento estiver insuportável, gente, nada como correr atrás do que vai te trazer paz novamente. Tenho 54 anos, puta saúde de ferro, sou animada, feliz e tomo 20mg de fluoxetina todas as manhãs, sim. E daí?

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