Esse era o nome dela, da moça que passava todos os dias em frente à minha casa e olhava para cá como se procurasse algo, a moça de cabelos curtos, castanhos, e que eu imaginava, ao vê-la passando, que também tinha olhos castanhos. Claro que eu me escondia atrás da janela, ela procurava algo ou alguém, mas eu não queria que ela visse que eu a via. Não me pergunte o por quê, era uma coisa minha, essa moça passando a pé e olhando aqui para dentro, eu achava tão bonito, achava um gesto tão doce, porque não era um semblante de curiosidade má que ela trazia, mas uma expressão de interrogação sincera, um olhar tranquilo, mas interrogativo, suave, mas perspicaz. Certeza que tinha olhos castanhos também. Usava sempre jeans, bolsa a tiracolo. Não sei se morava por aqui, mas o movimento dela todos os dias aqui em frente era essencial naquela época.
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