Será que é a entrada do outono que me deixa assim pensativa e angustiada? O que poderia minimizar a sensação de inquietude, a vontade de voar como aquele pássaro lindo, um papagaio verde enorme que hoje, pousado no cinamomo vizinho, comia as frutinhas numa aparente tranquilidade digna de uma pintura? Na inquietude eu queria voar, mas igualmente queria ter os pés no chão assim como estava, um pouco touro, um pouco aquário, indecisa entre a aventura, o risco, e a segurança do conhecido, do lar silencioso e soturno desses dias nublados.
Cheia de coragem me declaro livre e tento alçar vôo, mas as asas me faltam naquele instante e, perplexa, sinto que já não preciso voar, já senti o prazer do vôo e estou novamente a sentir a mesma sensação de estranhamento. Não sou eu. É a fuga de mim, é a fuga do que me prende à terra. Deliciosa parte de mim que não precisa se justificar por essas vontades, que as abraça e as bebe. Deliciosa parte de mim que sofre e se recupera depois que a noite cai.
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Bau.. amei seu blog..
ResponderExcluirpoeta!! eu amo tudo isso..
amei seu outono..
bjus
Obrigada, Maria Eugênia, que bom ter você aqui, seja sempre bem-vinda! Beijos!
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