terça-feira, 22 de setembro de 2009

ARGH!


Adoro ficar deitada na cama de manhãzinha pensando em quê escrever no meu bloguinho. Ontem dei um pitaco no blog da Carô Murgel sobre o cigarro e resolvi me manifestar novamente por aqui também.
Tenho uma visão bem parecida à das pessoas que se manifestaram ali. A saúde é importante? Claro que sim. Mas quem, em sã consciência, acredita que os órgãos governamentais estão fazendo tanta campanha e proibindo o cigarro por causa de nossa saúde? hahahahaha! Caros, existem mais podres entre o céu e a terra do que sonha nossa vâ filosofia (Shakespeare)... Tanta proibição não diminui o consumo, só encarece o produto. Além do mais, fica muito mais difícil que uma pessoa com câncer possa acionar legalmente uma dessas grandes indústrias do tabaco depois de provado que a pessoa foi bem alertada, fumou porque quis, não foi incentivada, ao contrário, foi bem desestimulada ao vício. Claro que um ambiente fechado cheio de fumaça incomoda - concordo em proibição neeeeessssttteeee caso, claro que tem gente que tem alergia, claro que a roupa fica fedendo, claro que cinzeiro sujo é um saco, claro que existem regras de educação ao fumar. Mas a paranóia em torno de quem fuma hoje em dia é um horror, cada um de nós se transformou no vigia do outro, bem ao gosto do estilo norte-americano de viver, onde todos se vigiam e se delatam. O prazer do bom cigarro é sempre quebrado por uma frase do tipo: isso faz mal à saúde, deixe de fumar, vamos fazer uma boa e saudável caminhada e comer um bom e saudável prato de verduras???? Carne? Nem pensar! Ovos? Leite? Argh, nem pensar! Doces, bolos, tortas, massas? Arrrrrgh! Chocolate? Arghs triplos e pulos de horror. Tinta de cabelo para parecer menos velha? Argh, estraga o cabelo - cara, a idade já tá levando a vitalidade do cabelo, a tintura às vezes até ajuda a dar um brilhozinho...
Mas mudando um pouco de pato para ganso (adoro umas frases feitas, elas me servem tão bem!!!) esse panótico às avessas da televisão tem um poder ilimitado sobre as pessoas; a mídia em geral, mas principalmente a imagem unida ao som, que traz o sonho pronto. As tecnologias não são más, o progresso não é mau, a medicina tem feito milagres para melhorar nossa qualidade de vida, tanto que, se eu estivesse nos tempos do nosso caro Machado (o de Assis) já teria passado desta para uma melhor -esticado as canelas, batido as botas- no mínimo no primeiro parto, já que meu primogênito estava sentado e era grande. Não fosse a cesariana, não fossem os antibióticos na mastite e outras tantas maravilhas, puxa, nem estaria aqui mesmo! Por outro lado, a ditadura imposta pela telinha é de matar. Insidiosa, nojenta, alarmante. Em seu texto Tecnologias do Eu, Foucault fala sobre as formas de poder e como nós, indivíduos, realizamos uma série de operações em nossos próprios corpos e mentes para nos encaixar dentro dos padrões estabalecidos pelo poder. A televisão não leva nossa imagem ao Grande Irmão, mas traz a imagem de uma forma massacrante aos nossos lares, às nossas cabeças, até que todos os valores veiculados se transformem em valores coletivos...uma verdadeira lavagem cerebral, um instrumento realmente de manipulação de se tirar o chapéu. Somos uma outra época da história da humanidade, nada a ver com nossos bisavós. Hoje a história é bem outra. Depois continuo com minhas reflexões. Agora tenho que ir para o trabalho, pois também do pão e do vinho vive a Bau. Beijos.

Um comentário:

  1. O politicamente correto me torra a paciência!! Se cada um cuidasse da sua própria vida e colocasse em prática a teoria de que não podemos invadir o espaço alheio, assim como o outro não pode invadir o nosso, a vida seria muito mais bonita...

    E eu quero ler 1984... Deixa entrar o salário que tô comprando... rsrs...

    Besos, guapa!

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